segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Compreendo-te, Liesel Meminger

Nos últimos tempos não tenho escrito, e é de se notar. Não tenho tido tempo suficiente, e confesso, falta-me também a vontade em fazê-lo.

Para ser sincero, tempo tenho, e tem sobrado. Decidi não estudar nessas férias da faculdade. Posso sair para beber, posso dar voltas por aí, posso sair do trabalho e ir direto jogar sinuca. Mas não tenho feito nada disso. Prefiro gastar o tempo na academia - eliminando o esteresse e as dores nas costas, e em casa, lendo meus livros.

Poderia escrever tudo o que penso neste bate papo regado a café, mas tenho achado muito mais interessante ler mais um ou dois capítulos do romance da vez. É... os livros fazem fila em minha estante, esperando para serem lidos. Receio não ter tempo de ler pelo menos dois, neste  recesso, o que faz com que minha fome de leitura aumente cada vez mais. Olho para as doutrinas de Direito e, embora esteja decidido a continuar me dedicando mais e mais, só penso nos livros postados em minha prateleira.

As vezes nem percebo tamanho interesse pelas literaturas, filosofias e biografias. Quando vejo, saio da livraria com mais um título. E como fica bonito ao lado dos demais. No amigo secreto de Natal, meu pedido foi um vale livro, e estou ansioso por passar horas analisando os candidatos à escolha.

***

Não sei o que tem me agradado mais: se o cheiro de café recém passado, ou se é o cheiro de cada página folhada, como se fosse um novo mundo sendo conhecido. Como é bom o cheiro da "página nova", das folhas e das letras impressas. 
Talvez meu prazer se justifique no cansaço do que vejo diariamente, e de tudo que tenho que ouvir. Futebol, roupas de marca, festas sociais, a nova lancheria da cidade... isso me desanima; me faz "brochar". Muito mais agradável é a calmaria do meu quarto, do café, da página nova e da companhia do Theodoro, meu irmão felino de doze anos de idade. Tudo parece combinar: silêncio, aroma, o roncar baixinho do bixano. E as imagens que cada parágrafo formam em minha mente. Nelas não há Tommy Hilfiger, não há  McDonald's, tampouco Ronaldinho Gaúcho. Há uma bela história de uma menina que vive em uma Alemanha nazista, em meio a uma guerra cruel, que possui uma obssesão por furtar livros.

Consigo até me identificar com a "Menina que roubava livros", com sua facinação pelos escritos. Assim como Liesel Meminger, ao ler, deixo de viver a Alemanha Nazista, e passo a viver meu mundo particular, sem nenhum tipo de futilidade ou interesse disfarçado de simpatia. Apenas o imaginar, o vivenciar, o desvendar.

Não tenho escrito porque tenho muito a aprender, e a cada novo livro, a cada nova forma peculiar de escrever dos autores, um novo aprendizado, uma lição de humildade: escrever requer leitura, requer percepção do mundo. Mas esse mundo anda tão pobre... Vou seguir com meu café e com minhas literaturas, e quando der, algumas palavras ditas neste blog.

Mas não se preocupem: não sou um ladrão!