sábado, 11 de dezembro de 2010

Tradição

Há tempos pensei em escrever sobre o tema. Mas meus afazeres acadêmicos foram adiando, e hoje, mais sossegado, pretendo discorrer um pouco sobre a cultura rio grandense. Mais, falar do orgulho que move essa gente. Vou até deixar de lado o café, para convidá-los a participar desta roda de chimarrão.

O Rio Grande do Sul é visto, para quem vem de fora, como um Estado-nação dento de outro, e não apenas como um Estado-membro da federação brasileira. O Hino Rio-Grandense é entonado com muito mais emoção do que o hino nacional, sem desmerecer a nossa pátria querida. Mas é que nas veias gaúchas corre um sangue crioulo, um sangue de peleador, de quem lutara até a morte para conquistar a liberdade.

Já conversei com pessoas de outros estados que me questionavam: "como é que um povo pode sentir tanto orgulho de uma guerra na qual sairam derrotados?" Mas para nós gaúchos, não houve derrota na Revolução Farropilha, pois era um pequeno (mas grandioso) pedaço de chão contra todo o império. Olhe no mapa e saberás do que estou falando. Um Estado contra o restante do país em uma peleia que perdurou por anos.

O que me motivou a escrever este artigo foram dois shows ocorridos na Expovale, feira agroindustrial e de comércio que ocorre de dois em dois anos na Cidade de Lajeado: Luiz Marenco, e posteriormente César Oliveira e Rogério Melo. Um verdeiro show de tradicionalismo e demonstração de amor ao chão que os criou, e que fez deles grandes homens.

Estava lá eu, com minha bombacha e minha alpargata, com os olhos brilhando ao ver os músicos tocarem com tanto entusiasmo, com orgulho, ao bater no peito e declarar amor ao Rio Grande do Sul. Pois assim como na guerra farropilha, a cada dia o gaúcho se mostra um povo valente, trabalhador e peleador, que nunca se entrega. É com esse espírito que encaramos a vida, com talento fibra e coragem. "Sirvam as nossas façanhas de modelo a toda Terra" é o que diz nosso Hino. Pois não tá morto quem peleia.

Aí vai uma amostra do talento musical que possuímos em nosso Estado. Acima de tudo, uma amostra de uma cultura tão forte, e uma tradição que jamais pode morrer, pois o Rio Grande sim é uma pátria tão amada! Não sou bom de poesia, e nem me arrisco a um verso; deixarei que os músicos se encarreguem disso.